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SERIGRAFIA – PREPARANDO UMA TELA SERIGRÁFICA
ESCOLHA DO TECIDO:
Serigrafia requer uma tela com tecido correto, já que ele funcionará como uma estrutura para suportar a camada fotográfica, determinará a deposição de tinta e terá influência na definição e resolução da imagem.
Para a escolha do tecido ideal, observar os seguintes fatores:
a – Material do fio: determina as propriedades físicas e químicas do tecido: elasticidade, estabilidade dimensional, resistência à abrasão e a produtos químicos etc. Os tecidos podem ser de nylon (boa elasticidade), poliéster (excelente estabilidade dimensional) ou metálicos (máxima estabilidade dimensional e efeito anti-estático devido à condutibilidade elétrica).
b – Quantidade de fios por centímetro linear (lineatura): determina a deposição de tinta sobre o substrato. Também relacionado com a ancoragem da camada.
c – Tipo de fio: Pode ser mono ou multifilamento (de custo menor, porém menos preciso).
d – Diâmetro dos fios: influencia as propriedades físicas do tecido (resistência mecânica), o fluxo de tinta e a resolução nos detalhes finos.
e – Pigmentação: tecidos tingidos (amarelo ou laranja) eliminam a difração de luz, permitindo melhor definição e resolução da imagem.
f – Acabamento: o tecido pode ainda ser calandrado, o que reduz a deposição de tinta sem diminuir a lineatura (fios/cm). A redução da deposição chega a ser de até 50% em relação ao mesmo tipo de tecido não calandrado.
ESTICAGEM DO TECIDO:
O tecido deve ser esticado de acordo com a tensão recomendada pelo fabricante. Cada tipo de tecido tem uma tensão ideal distinta. Esticar o tecido com equipamento pneumático ou mecânico.
Utilizar o Adesivo Dois Componentes DECAFIX, que proporciona uma colagem forte e permanente de qualquer tipo de tecido em caixilho de madeira, alumínio ou ferro. DECAFIX seca rapidamente, permitindo uma utilização mais efetiva dos equipamentos de esticagem. Após decorrido o tempo de polimerização, o adesivo é completamente resistente aos solventes usados em serigrafia. Caso necessite de máxima agilidade, utilizar o Adesivo DECAFIX Instantâneo.
PREPARAÇÃO DO TECIDO:
O tecido deve estar completamente limpo, livre de pó, gordura, graxa, resíduos de tintas e de emulsões. A limpeza é indispensável para se conseguir uma perfeita adesão da emulsão nos fios do tecido, melhor uniformidade da camada aplicada, evitar furos e manchas e consequentemente aumentar a vida útil da matriz.
Limpar o tecido com o desengraxante HB10 (Pasta ou Light Gel). Molhar o tecido da matriz e aplicar o Desengraxante, esfregando suavemente sobre toda a superfície, em ambos lados do tecido. Enxaguar com água corrente até a eliminação total do produto.
Em tecidos abertos, a ancoragem da emulsão pode ser otimizada utilizando a Pasta Abrasiva HB12 (aumento da área de contato superficial).
SENSIBILIZAÇÃO:
Bicromato: Devido às características do bicromato, sensibilizar apenas a quantidade de emulsão que será utilizada num período máximo de 4 dias.
Adicionar o sensibilizador à emulsão na proporção de 10 partes de emulsão para cada parte de sensibilizador (em volume). Mexer bem.
Deixar descansar por um período de duas horas para a eliminação das bolhas de ar.
Diazo: Adicionar 90 ml de água a 22 C (de preferência destilada) na embalagem do sensibilizador, fechar bem e agitar o frasco até dissolver completamente o pó. Adicionar a solução de sensibilizador no pote de emulsão e mexer bem. Deixar descansar por um período de duas horas para a eliminação das bolhas de ar.
APLICAÇÃO DA EMULSÃO:
É aconselhável o uso do Aplicador de Emulsão que apresenta perfil ergonômico com dois tipos de bordas, para espessuras de deposição diferentes e laterais plásticas que garantem a inclinação ideal na aplicação da emulsão.
Utilizar sempre um aplicador que cubra a largura total da tela. Não utilizar um aplicador pequeno em várias passadas paralelas, o que formará uma camada de espessura não uniforme. Aplicar a emulsão com a matriz na posição vertical, levemente inclinada. Aplicar de 1 a 2 demãos no lado externo e sem secar, de 2 a 4 demãos pelo lado interno (lado do rodo de impressão).
A espessura ideal da camada de emulsão varia de 10 a 25% da espessura do tecido. Para finalidades especiais estes valores podem ser alterados. Aconselhamos o uso de um medidor de camada, para o controle do processo de aplicação de emulsão.
Após a secagem, podem ser aplicadas demãos adicionais no lado externo da matriz, para melhorar a planeidade ou espessar a camada fotográfica.
SECAGEM:
Deixar a emulsão secar completamente, com a matriz na posição horizontal, com o lado externo voltado para baixo. Atenção: o tempo de secagem é proporcional à lineatura do tecido, ao tipo de emulsão e à espessura da camada.
A estufa de secagem deve possuir entrada de ar quente filtrado, com saída de ar, de preferência para fora do laboratório. Para as emulsões bicromatadas ou diazóicas, a temperatura da estufa não deve exceder a 37ºC. Caso não possua uma estufa de secagem, deixar secar naturalmente em lugar seco, escuro e livre de poeira.
Para matrizes com tecidos abertos e camadas espessas, deixar secar por períodos maiores para garantir a total evaporação da água.
No caso de emulsões sensibilizadas com Bicromato, expor e revelar a matriz logo que a camada esteja seca, pois após algumas horas a emulsão estará total ou parcialmente endurecida, mesmo não tendo sido exposta à luz.
EXPOSIÇÃO À LUZ :
A emulsão sensibilizada, aplicada no tecido e seca, devido às suas propriedades fotográficas, torna-se insolúvel em água quando exposta à luz.
Uma imagem poderá ser copiada se for colocada uma máscara entre a camada fotográfica e uma fonte de luz apropriada. A perfeita reprodução da imagem depende de uma série de fatores:
Positivo: observar a qualidade do positivo: as áreas escuras devem ter boa opacidade (densidade acima de 3.2) para bloquear completamente os raios de luz que endurecem a camada fotográfica. As demais áreas devem ser transparentes e livres de sujeira ou poeira, para evitar a retenção de luz e o aparecimento de furos na matriz fotografada. Por estes motivos, a utilização de fotolitos semiopacos (leitosos) como Laserfilm ou papel vegetal não é indicada em trabalhos de precisão.
Posicionar o positivo sobre o lado externo da matriz e fixar com fita adesiva transparente. A camada fotográfica do positivo (lado preto) deve estar em contato com a emulsão serigráfica.
Deve-se tomar todo o cuidado para manter um perfeito contato entre o positivo e a emulsão durante a exposição. Um mau contato entre o positivo e a camada fotográfica criará um espaço onde haverá infiltração de luz, ocasionando a perda de resolução da imagem. Recomendamos utilizar uma prensa de vácuo.
Obs.: Para impressão legível, o positivo deve ser legível; para impressão ilegível, o positivo deve ser ilegível.
Fonte de luz:
Tipo: no caso de emulsões pré-sensibilizadas ou sensibilizadas com Diazo, a exposição deve ser feita necessariamente com uma fonte de luz rica em raios ultravioletas: lâmpadas halógenas, de arco voltaico ou vapor de mercúrio.
Geometria: para se obter uma perfeita definição e resolução da imagem, os raios de luz devem ser perpendiculares ao fotolito, a lâmpada deve ser puntiforme e estar à maior distância possível. Grandes distâncias, entretanto, aumentam o tempo necessário para a cópia da imagem. O uso de várias lâmpadas tubulares produz uma luz difusa e sem foco e não é adequado para a reprodução de detalhes finos.
Tempo de exposição: o tempo de exposição é muito importante, pois determina a qualidade da definição, o nível de resolução e a vida útil da matriz. Durante a exposição, o lado externo da camada fotográfica reage inicialmente com os raios de luz. Com o passar do tempo, o endurecimento atinge também as camadas mais internas da emulsão.
Se o tempo de exposição for insuficiente, a emulsão no lado interno da matriz não estará completamente endurecida e se soltará durante a revelação. No caso de superexposição, a difração de luz provocará uma perda dos detalhes finos e da nitidez dos contornos.
O tempo correto de exposição depende de vários fatores. Para determinar o tempo ideal de exposição, utilizar a Escala AGABÊ para controle de exposição, definição e resolução.
REVELAÇÃO:
Revelar a matriz dirigindo em ambos os lados um jato suave de água fria, de preferência comum espalhador.
Continuar a lavagem até que a imagem apareça totalmente e as áreas não expostas estejam completamente livres de resíduos de emulsão.
Avaliar a qualidade da matriz observando a Escala AGABÊ para Controle de Exposição, Definição e Resolução.
Com a matriz ainda úmida, aplicar o Anti-véu HB70 utilizando uma esponja macia, em ambos os lados da camada (iniciando pelo lado interno). Este produto atua sobre a emulsão já revelada, endurecendo-a completamente e evitando a formação de véus (resíduos de emulsão não endurecidos que bloqueiam a passagem de tintas nas áreas abertas da matriz).
ACABAMENTO:
Secar a matriz com ar quente. Retocar eventuais furos ou falhas e vedar as bordas da matriz com o Bloqueador HB20 (Secagem Rápida ou Normal) ou com a própria emulsão.
TRATAMENTOS POSTERIORES:
• Endurecimento da camada: para aumentar a resistência da matriz utilizar o Catalisador HB74.
REAPROVEITAMENTO:
Utilizar o Removedor de Resíduos de Tintas e Emulsões HB52, para eliminar os resíduos de tinta que formam uma barreira que impede a ação dos removedores de emulsão. Em seguida, utilizar o Removedor de Emulsão HB50, para dissolução da camada fotográfica.
Para retirar a imagem fantasma (fios do tecido tingidos pela tinta de impressão), utilizar o Removedor Alcalino HB54 (super ou normal) em conjunto com o Removedor de Resíduos de Tintas e Emulsões HB52 (Utilizar o HB54 normal somente com o HB52 líquido ou Extra).
Obs.: Antes de utilizar os produtos de limpeza, consultar os respectivos informativos técnicos, para obter informações detalhadas de como aplicá-los.
CUIDADOS:
As emulsões não oferecem riscos, desde que sejam observados os princípios mínimos de segurança do trabalho e higiene industrial.
O sensibilizador à base de bicromato é tóxico e não biodegradável. Evitar contato com a pele e olhos. Respingos devem ser lavados com água corrente. Usar luvas e óculos protetores durante o manuseio. Usar máscara durante a revelação das matrizes sensibilizadas com Bicromato.
Estúdio de Serigrafia
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